sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Um Dia...


U
m dia você vai estar sozinho, vai fechar os olhos e tudo estará negro. Os números na sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum pra discar.
Sua boca vai tentar chamar alguém, mas não haverá ninguém solitário o bastante pra sair correndo e te dar um abraço. Nem te colocar no colo e acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar.
Nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem do chão, você vai lembrar-se da minha ternura e do meu sorriso infantil.
Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e dos beijos, da minha preocupação com você. E só vão ter algumas músicas tocando no rádio: as nossas.
Nesse momento você vai sentir um aperto no peito e uma parada na respiração e vai torcer bem forte pra ter nosso mundinho de volta. O nome disso é SAUDADE.
Aquilo que eu tinha tanto e ti falava sempre.
E quando você finalmente discar o número ele estará ocupado de mais, ou nem será mais o mesmo ou até eu nem queira mais ti atender.
E se você bater na minha porta ela estará bem trancada, se aberta mostrará uma casa vazia. Seus olhos ti ensinarão o que são LÁGRIMAS.
Aquelas que eu ti disse que ardiam tanto.
E o enjôo que você vai sentir chama-se ARREPENDIMENTO.
E a falta de fome que virá se chama TRISTEZA.
Então quando os dias passarem e eu não ti ligar, quando nada de bom ti acontecer e ninguém ti olhar com meus olhos encantados você encontrará a famosa SOLIDÃO.
A partir daí o que acontecerá, chama-se SURPRESA.
E talvez o remédio para todas essas sensações acima é o tal TEMPO de que você tanto falava...
E é isso
         
(21:07)
                                                              

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